Alice no país do surrealismo
Daniela Martins
Brasília
Uma exposição com 150 obras do artista catalão Salvador Dalí está em cartaz no CCBB (Centro Cultural do Banco do Brasil), no Rio de Janeiro, até 22 de setembro. Em outubro, a montagem seguirá para o Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo. São pinturas, fotografias, gravuras e ilustrações que ajudam a compor um painel sobre a obra do artista.
Dalí atraiu atenção tanto por sua arte quanto por seu comportamento pessoal controverso. Vinculado ao movimento surrealista, produziu suas mais famosas pinturas utilizando imagens do sonho e do inconsciente. Foi expulso do grupo em 1939, por discordâncias políticas. Também fez esculturas, trabalhou com teatro e criou ilustrações para livros como “A Divina Comédia”, de Dante Alighieri. Produziu filmes experimentais em parceria com o cineasta espanhol Luís Buñuel. “Um Cão Andaluz”, de 1928, é um dos filmes que integram a retrospectiva “Surrealismo e Vanguardas” também em cartaz no CCBB.
Na montagem que está no Rio de Janeiro se destacam as gravuras que Dalí produziu para ilustrar “Alice No País das Maravilhas”, o clássico de Lewis Carroll publicado em 1865. A sensação é que o estilo surrealista encontrou o enredo perfeito para traduzir em imagens. A série, de 1969, foi feita com guache e uma técnica chamada heliogravura, baseada na exposição à luz. O site Homo Literatus publicou a série completa, acompanhada de um vídeo que explica o processo da heliogravura. Veja aqui.