Ao defender trabalhador, Ciro se sai bem de vaia empresarial
KENNEDY ALENCAR
SÃO PAULO
O pré-candidato do PDT, Ciro Gomes, saiu-se bem ao responder às vaias que recebeu de uma parte dos empresários que estavam na sabatina da CNI (Confederação Nacional da Indústria) com presidenciáveis. O encontro de seis pré-candidatos aconteceu ontem em Brasília.
Ciro respondeu que era positivo ter sido vaiado ao defender trabalhadores. Ele criticou a reforma trabalhista num ambiente empresarial, classificando as mudanças feitas de “selvageria” e dizendo que, se eleito, reavaliaria a anulação de algumas das medidas aprovadas na gestão Temer.
O tucano Geraldo Alckmin falou o que a plateia queria ouvir. Defendeu menor alíquota de Imposto de Renda para pessoas jurídicas. Na conversa com a imprensa, ele usou o tom professoral e calmo de sempre, escandindo as sílabas. Esse é o estilo de Alckmin, mas talvez ele esteja fora do tom para uma eleição em que Ciro e Jair Bolsonaro (PSL) agem de forma mais incisiva.
Bolsonaro, aliás, foi aplaudido, especialmente quando falou mal de ambientalistas e quilombolas. Os aplausos são o retrato da elite brasileira. O pré-candidato amenizou o discurso econômico a fim de esconder o próprio despreparo na área, condição assumida por ele.
O pré-candidato do MDB, Henrique Meirelles, fez algo até engraçado. Está tentando se colar em Lula, lembrando que foi presidente do Banco Central na gestão do petista e buscando crédito pelas taxas de crescimento daquele período, muito superiores às da gestão Temer, administração na qual foi ministro da Fazenda. É irônico o candidato do governo buscar socorro no lulismo, pois mostra a dificuldade de Meirelles para defender o governo Temer e o seu próprio trabalho na Fazenda.
Marina Silva, da Rede, fez um discurso de quem busca se colocar como a candidata de centro nesta eleição presidencial. Afirmou que sábios aprendem com os erros dos outros. Defendeu alianças programáticas. Ela tenta correr numa raia própria, à espera de que a centro-direita abandone Alckmin e veja nela a saída. Ela pode ser um plano B do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Pré-candidato do Podemos, o senador Alvaro Dias voltou a negar a possibilidade de ser vice de outro candidato. Também aposta que o PSDB não vai deslanchar e pensa em ser uma alternativa competitiva para o campo de centro-direita, mas é um nome conhecido na região Sul e ignorado pelo resto do país.
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Lula
A CNI não chamou um representante da pré-candidatura de Lula ao Palácio do Planalto. O PT se queixou, porque estabeleceu que o ex-presidente será registrado como candidato em 15 de agosto e que haverá luta para viabilizar a sua postulação.
A estratégia petista é deixar para o TSE e o STF o ônus de eventual veto à candidatura de Lula. Partir para um plano B agora, avalia o PT, seria abandonar o ex-presidente e jogá-lo às feras. Também poderia colocar na alça de mira dos adversários um possível substituto. O PT vai tentar marcar gol no fim do segundo tempo, como tem acontecido com frequência na Copa da Rússia.
Ouça o comentário no áudio abaixo:
Kennedy, você vem se firmando o mais imparcial dos jornalistas na internet. Parabéns pelos comentários lúcidos e independentes. Precisamos de mais jornalistas do seu nível!
E antes que me esqueça: LULA LIVRE! LULA PRESIDENTE!
caro Kennedy, o Ciro é um “cavalo pangaré”, só aparece nas eleições, com vontade de não ganhar nada; vende imagem, para continuar suas palestras e pronto; desqualificar quem dá emprego, não é inteligente; dizer que vai chamar centrais sindicais, para rever ou refazer a reforma trabalhista, é um desserviço, não agregar valores; aliás, esta “centrais” dos trabalhadores, é um antro de oportunista, que não trabalham para ninguém; ainda bem, o supremo acabou com a farra…o Brasil, precisa de propostas saudáveis; precisamos de um candidato, com uma proposta oficial, registrada, e reconhecido firma; qual será seus passos…quanto ao lula, esta com um “toquinho de vela”, querendo gerar um clarão, mas não passa…
O Brasil de hoje apresenta um perfil muito próximo a Alemanha durante o crescimento do Partido Social Nacional (Nazista). Quem se coloca a favor do trabalhador passa a ser o inimigo do Hitler, quem se coloca contra a entrega das riquezas do país aos estrangeiros é o inimigo do Hitler. Quem defende a constituição, a lei, o processo legal é considerado o inimigo de Hitler. Quem for contra os perdões e isenções aos grandes empresários é também inimigo de Hitler. As pessoas são agredidas por não concordar com atos de preconceito, exclusão ou opinião diferente. Que triste momento vive o Brasil. Tomara que este país volte a ter o princípio da tolerância, compreensão e respeito.
Defender trabalhador?KKKKKKKKK!!!!!
Boa Alberto, eu também já ri bastante !