Apesar do vaivém, BC acerta ao agir com cautela
KENNEDY ALENCAR
BRASÍLIA
A manutenção dos juros em 14,25% ao ano foi uma decisão do Banco Central que sofreu influências políticas e técnicas. Ocorreu pressão política da presidente Dilma Rousseff, preocupada em evitar um agravamento maior da recessão. E houve razões técnicas que justificam a decisão do Banco Central.
Na forma, foi ruim. Aconteceram erros de comunicação do presidente da instituição, Alexandre Tombini. Ao longo de semanas, o BC deu sinais de que elevaria a Selic. Na última hora, emitiu outra mensagem. Houve um vaivém amador que prejudicou a ação do BC. Mas foi a melhor decisão para o país neste momento, apesar da forte reação negativa que deverá vir de parte significativa do mercado.
A chamada curva futura de juros, que é a expectativa do mercado em relação à taxa Selic no médio prazo, vai subir. Deverá continuar a prever taxas mais altas do que 14,25%.
No entanto, os juros no Brasil já estão num patamar alto. Pedir mais juros numa hora de recessão, de aumento da dívida pública e de dificuldade fiscal pode criar um cenário de terra arrasada na vida real das pessoas e das empresas.
Na política monetária, uma decisão de elevar, manter ou baixar os juros demora meses a ter efeito. Alguns economistas dizem que cerca de 9 meses. Os juros de 14,25% já estão reduzindo a atividade econômica. Podem ainda não ter tido efeito sobre a taxa de inflação, mas essa queda da atividade econômica vai ajudar a amenizar a alta dos preços.
Além da recessão no Brasil, há problemas econômicos no cenário internacional. Uma atitude cautelosa agora, que aguarde os efeitos do que está acontecendo no Brasil e no mundo, é correta. Uma elevação poderia equivaler a um erro de dosagem do tipo que mata o doente. Daqui a dois meses, o Banco Central poderá entender que é o caso de subir os juros.
A tarefa agora é explicar com clareza os motivos de sua decisão. Convencer a sociedade. Convencer o mercado financeiro. Defender com bons argumentos, porque eles existem, a decisão tomada ontem.
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Panela de pressão
Na entrevista de ontem a blogueiros, o ex-presidente Lula deu vários recados. Falou que os investigadores da Lava Jato querem arrancar dos delatores alguma acusação contra ele e que isso não aconteceria porque ele não cometeu nenhum ilícito. É uma parte importante, mas ele já havia feito críticas parecidas à Operação Lava Jato.
Sem dúvida, as afirmações sobre economia foram as mais significativas. Ele cobrou muito claramente a presidente Dilma a adotar medidas para reaquecer a economia. Tornou públicas sugestões que já deu à presidente em reuniões reservadas, como buscar algum acordo com a China para investimentos em infraestrutura no Brasil dando como garantia as reservas de petróleo do país.
Um ponto importante foi cobrar a presidente a apresentar medidas para justificar a troca de Joaquim Levy por Nelson Barbosa. Até agora, o novo ministro da Fazenda tem praticamente repetido o discurso de Levy sobre ajuste fiscal e a necessidade de uma nova CPMF.
Alguns economistas acham que dificilmente dará certo tentar estimular o consumo das famílias num quadro de recessão, de juros altos, de inflação elevada e de desemprego. Mas Lula voltou a dizer que é preciso fazer a roda da economia voltar a girar.
Para ele, é preciso apostar no reaquecimento do mercado interno, já que a situação internacional está complicada. Cobrou mais crédito para as empresas.
Em resumo, Lula defendeu Dilma, mas também deu umas alfinetadas na sucessora. Ele acredita que, se não melhorar a economia, a crise política se agravará e a tese de impeachment poderá voltar a ganhar força.
Ouça o comentário no “Jornal da CBN”:
Nada nesse desgoverno servirá para mitigar essa grave crise em que se encontra. Falta legitimidade, credibilidade, dignidade, respeitabilidade e decência. Querer ressuscitar a CPMF é o maior atestado de safadeza e burrice. É passar recibo de incompetência !
Infelizmente esta decisão vai agravar ainda mais a inflação no Brasil, simplesmente porque os preços represados ainda não chegarão no patamar que deveriam estar e entre eles estão os principais agentes da inflação: gasolina e luz. Por que a inflação não cai se a demanda caiu? Simples. Porque estão diminuindo a produção nas industrias, demitindo pessoas e adequando a produção ao mercado com os preços inflacionados. Não haverá aumento de produtos e sim diminuição e por conseguinte aumento dos preços. Um círculo vicioso para o qual não há saída sem um amplo ajuste econômico no campo tributário. Quanto a Lula dá dó de ver um “anão político” tentar defender seu velho e carcomido reinado. Suas declarações beiram ao desespero de quem sabe que a hora do nocaute esta chegando. Ele já está nas cordas só falta o cruzado de direita final bem no queixo para ele beijar a lona e seguir direto para Papuda. Vá infeliz e leve as pulgas com você.
Decodificar a última reunião do Copom é simples: a base do raciocínio é que o BC tem o papel de servir como mediador entre duas forças que não querem se enfrentar abertamente. E que seriam, de um lado os interesses de banqueiros, que se convenciona chamar de mercado, e de outro os interesses populista do governo petista, que quer a queda dos juros para aplacar a recessão. Como chamar um órgão assim de independente? Seu papel é de pelêgo, ou “pau mandado” se preferirem. O conselho, talvez mais preocupado com as reservas de hospedagem que planejam fazer para passar o Carnaval na praia, assumiu o refrão “o acaso vai nos proteger enquanto eu andar distraído”. E pronto, deixa tudo como está e vamos para a galera. Lula, é o mesmo sindicalista de sempre tentando insuflar ideias. “Seremos”, “teremos”, “faremos”, “precisamos”. Tudo acaba em nada, como sempre. Está em campanha, selecionou e convocou puxa sacos para uma entrevista light, como FHC costuma fazer quando fala aos embasbacados fãs.
A lista dos reclamantes pela baixa ou estabilidade são os que têm títulos do governo
O presidento e suas cantilenas costumeiras,kkkkkkkkk.
Menos Kennedy, menos!
E o Lula dizer que é um Liberal na conversa com os blogistas alinhados foi a piada da semana. Se eu fosse psicólogo ia fazer um doutorado. Minha tese teria o seguinte titulo: “A influência de multiplas decepções na saúde mental de um militante político” Todos no meu grupo de estudo seriam petistas.
O BC está sendo cauteloso desde 2009!!!Deu no que deu!!Quanto ao Lulla, só está olhando as eleições.O país que se exploda!!!
O dolar subindo , a inflação vai subir ,e terá que subir os juros do mesmo jeito.
Então seria mais inteligente subir os juros,para a inflação segurar.
Mas o amadorismo que nos levou onde estamos,teremos que rezar para o dólar parar de subir.
Erraram feio,novamente.
Outro detalhe a dívida da Petro é em dolar, então de 500bilhoes impagáveis e pré-falida.
Vamos chegar onde?
Sai Dilma ,antes que seja tarde demais.