Bolsonaro deve adotar na Receita estratégia que usou na PGR
Kennedy Alencar
BRASÍLIA
O presidente Jair Bolsonaro deve adotar para a chefia da Receita Federal a mesma estratégia que usou a fim de escolher o subprocurador Augusto Aras para comandar a PGR (Procuradoria-Geral da República).
Ou seja, buscar alguém mais comprometido com os interesses de Bolsonaro e aliados no Congresso do que com o ministro da Justiça, Sérgio Moro, e o combate à corrupção. Apesar de a Receita Federal estar sob o guarda-chuva do Ministério da Economia, há uma interface importante com investigações de corrupção _como a Lava Jato, por exemplo.
Há pressão de políticos e de ministros do Supremo Tribunal Federal para que o escolhido para chefiar a Receita não faça devassas como teriam acontecido no passado recente. O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que vai anunciar o nome do novo secretário especial da Receita em breve, mas é óbvio que o presidente da República usará o seu poder para escolher a pessoa para cargo tão poderoso.
Bolsonaro tem dado prova de que deseja ter mais influência política sobre órgãos de controle do que os governos petistas. Nas administrações de Lula e Dilma, o escolhido para comandar a PGR foi sempre o número um da lista tríplice da votação interna da ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República).
Hoje, existem avaliações até no PT de que Lula e Dilma reforçaram o corporativismo do Ministério Público Federal e não a sua autonomia. No Ministério Público e em parcela do Judiciário, há o entendimento de que Bolsonaro tolheu essa autonomia ao desprezar a lista tríplice da ANPR.
Fato: o atual presidente da República tem demonstrado apetite para fazer interferências políticas em órgãos de controle. Desde que não abuse do poder que a Constituição lhe dá, é um direito do presidente eleito democraticamente. Mas temos visto que há uma política deliberada de destruição institucional em curso.
Ouça o comentário no “Jornal da CBN – 2ª Edição” a partir dos 5 minutos e 5 segundos no áudio abaixo:
Certamente Kennedy, já esta previsto a nomeação dentro da própria receita de um novo secretário; mais importante, não haverá a sombra da cpmf pairando no AR; não podemos andar de costas, devemos seguir em frente, com planos na retomada, mais consistente; desta feita, acredito que o Paulo Guedes, deve trazer novidades mais rápidas, diante desta impossibilidade. A grande referencia para o otimismo, é a definição da previdência, com isto fatos positivos acontecerão, por consequência.