Bolsonaro é um líder que só desqualifica debate público
Kennedy Alencar
LONDRES
Se uma liderança importante desqualifica o debate público, obviamente nivela a discussão por baixo. É exatamente o que vem fazendo o presidente Jair Bolsonaro, que se revela um líder desqualificado que só faz desqualificar qualquer debate sério que a sociedade brasileira queira fazer.
O último exemplo foi mais um ataque à imprensa feito ontem de forma geral e particular. Bolsonaro disse que a mídia tem interesse em chegar a ele por meio da investigação do caso Fabrício Queiroz.
Contrariando o discurso de campanha, o presidente também bateu no Ministério Público do Rio de Janeiro. Ora, com a plataforma eleitoral que apresentou no ano passado, Bolsonaro deveria apoiar a investigação, que, aliás, está longe do padrão de velocidade da Lava Jato.
Mas o pior do dia foi atacar a jornalista Marina Dias, da “Folha de S.Paulo”, que fez pergunta pertinente sobre cortes na educação. Leia aqui a reportagem de Marina sobre o episódio, mais um no qual o presidente agride uma mulher. Aliás, ofender mulheres é uma constante na carreira política de Bolsonaro.
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Cadê a TED?
Bolsonaro disse que ontem poderia até abrir o seu sigilo bancário. Ora, ele deve resposta a uma única pergunta: como emprestou R$ 40 mil para Fabrício Queiroz? Teve TED, DOC ou foi em dinheiro vivo mesmo?
Como indagou Ciro Gomes, cadê a TED?
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Ficha caiu
O mercado financeiro finalmente se deu conta da enrascada em que se meteu. Bolsonaro é uma aventura na política brasileira. Isso era claro e sabido desde o ano passado, mas agora a ficha caiu: dólar acima de R$ 4,00 e Bolsa no patamar dos 90 mil pontos.
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Lua de mel jogada fora
A alta do desemprego é resultado direto da piora das expectativas econômicas, o que é obra direta de Bolsonaro. Em menos de cinco meses, o governo conseguiu transformar otimismo em pessimismo.
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Missão dura
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que o Congresso aprovará a reforma da Previdência mesmo com o governo jogando contra. Maia cumpre um papel de “primeiro-ministro” sensato. Mas a realidade é dura: o governo pode atrapalhar muito, exatamente como vem fazendo com sua desarticulação política.
Ouça o comentário feito ontem no “Jornal da CBN – 2ª Edição”:
Com todo o respeito mas já era previsto estes desgoverno. Somente ver a trajetória do Bolsonaro, desde os tempos do exército, onde foi insubordinado e não foi expulso por intervenção do Gen Villa Boas e sua atividade na câmara aos longos dos 27 anos. Nunca fez nada e ainda colocou a família toda na política. Ficou 27 anos e não aprendeu nada, economia, cultura, civilidade, meio ambiente, etc. Agora temos este ser medíocre como presidente.
Interessante reflexão Kennedy, adoro o seu trabalho!
Precisamos de pelo menos 500 mil Kennedys… Para com simplicidade os quadrúpedes bolsonaristas entenderem como foram cair no golpe político mais conhecido: o estelionato!!!!
Certo estava e está o Nordeste brasileiro ao não apoiar Bolsonaro. Quero ver agora a cara daqueles que disseram que o Nordeste “não sabia votar” e que nós éramos um “bando de burro”. E agora?Agradeçam a Deus nós sermos o reduto da resistência, camaradas… KKKKKKK #soumaisnordeste
Kennedy, fui reprovado, espero sua aprovação; seria razoável qualquer critica ao Bolsonaro, sem incluir problemas herdados; desde o primeiro dia, não tem cacoete para tolerar perguntas retóricas; tentam desqualifica lo, distorcendo fatos; basta ver as notícias, nos inúmeros meios de comunicação; chegam a mentir, sugerindo pauta, para difama lo…sobre a FOLHA, sempre o atacou sem dó, desde a campanha; com exceção as provocações, da Maria do Rosário…trata se de um ser humano, fazer perguntas descabida causa; vc é um jornalista de primeira, lembro me na sua entrevista a dilma; segurou a onda, depois de tantas abobrinhas, á época…a questão Queiroz, não se pode queimar etapas, se o Flavio tem dividas, a justiça deve cobra lo; a crise fora, eleva o Dólar, e desemprego, causando a reforma, em pauta; O Maia vai aprovar a previdência, por não ter saída, vai trabalhar sem barganha. Já repassei recursos maiores em dinheiro; não há lei que obrigue a fazer transferência, todos sabe disso.