Distopia realizada, EUA fecharão fronteiras norte e sul
Kennedy Alencar
WASHINGTON
Distopia realizada, os Estados Unidos decidiram hoje que fecharão as suas fronteiras sul e norte a partir da meia-noite deste sábado para viajantes que não estejam exercendo serviços essenciais.
A grande novidade é fechar a fronteira sul, com o México. Com o Canadá, país com o qual os EUA têm a sua fronteira norte, já havia entendimento para restringir viagens. O presidente Donald Trump disse que imigração sobrecarregaria hospitais dos EUA e imigrantes poderiam transmitir coronavírus para agentes de fronteira e americanos.
Os casos nos EUA já ultrapassaram 16 mil, com mais de 200 mortes. E a falta de testes em larga escala continua a ser um problema para mapear a doença, cujos focos maiores estão em Nova York e na Califórnia.
Imunologista respeitado que faz parte da força-tarefa da Casa Branca de combate ao coronavírus, Anthony Fauci disse que há razões de saúde pública para o fechamento de fronteiras, antecipando-se à crítica de medida xenófoba e de isolamento internacional.
O fato é que os Estados Unidos estão se fechando para o mundo. Trump adotou a estratégia de cada país por si. Há pouca cooperação internacional neste momento, que é de pânico e de tentativa de conter o crescimento do contágio para evitar um colapso dos hospitais.
Isso terá de mudar no médio e longo prazos. Solução tem de ser global. Medidas de cada país trazem alívios pontuais, mas não resolvem o problema.
Em algum momento, será preciso bom senso para uma reação global _atitude menos focada nos problemas de cada país, mas levando em conta o planeta. Não vai adiantar um país resolver mas seus problemas, até porque o fechamento das fronteiras não pode durar para sempre. E sempre há um jeito de furar esses bloqueios.
O covid-19 virou um problema de todo o planeta. E ondas ainda atingirão com força a América Latina e a África, regiões menos preparadas para enfrentar o coronavírus.
Já há casos de agressões a cidadãos americanos de origem asiática que falavam em chinês publicamente, como uma conversa ao telefone na rua. Trump está incentivando a xenofobia e aumentando a tensão com a China.
No Brasil, foi copiado por Eduardo Bananinha, como diz o vice-presidente Hamilton Mourão a respeito do deputado federal Eduardo Bolsonaro.
A resposta do presidente Jair Bolsonaro ao coronavírus parece com a de Donald Trump, mas ainda mais incompetente e atrasada do que a do presidente americano.
O Brasil sofrerá mais com um incapaz na Presidência. Por exemplo, Bolsonaro já deveria ter mostrado os resultados negativos dos testes que diz ter feito sobre covid-19. Falou que poderia fazer outro teste, depois recuou. Como ele mente o tempo todo, não tem credibilidade. Bolsonaro não mostra o teste, não mostra a prova da fraude eleitoral e não mostra o comprovante do empréstimo ao Queiroz. Por quê?
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Outras medidas
Os governadores dos Estados da Califórnia, Gavim Newsom, e de Nova York, Andrew Cuomo, decretaram quarentena para toda a população. Pessoas só devem sair de casa em casos de necessidade. Só trabalhadores de serviços essenciais devem comparecer aos empregos. Trump descartou, por ora, quarentena nacional.
O governo adiou a declaração de pagamento de impostos federais de 15 de abril para 15 de julho. Suspendeu juros sobre dívidas estudantis, um problemaço nacional. Trump invocou a Lei de Defesa Civil Federal, de 1950, que está sendo usada para incentivar a produção de equipamentos médicos. Há relatos de falta de equipamentos nos hospitais e de contágio de enfermeiros e médicos.
Hoje, Trump transmitiu um falso otimismo sobre um remédio contra malária. Fauci teve de corrigir o presidente, que confunde mais do que explica. Essa pandemia deve gerar uma transformação planetária nas relações sociais, mas serve como oportunidade para lembrar como é importante ouvir a ciência. Ouça o comentário de hoje no “Estúdio CBN”:
Parabéns pelo comentário! Brilhante, como sempre.
Kennedy, o Trump tem sido cuidadoso, diria caprichoso com este Vírus; suas atitudes são oportunistas, pretende eleger se por consequência, o Povo americano deposita confiança no segundo mandato, não que seu adversário não seja atraente, o Biden seria um presidente poderado, e neste instante tudo o que o País precisa é de força e determinação; seguirá, pelo o que tudo indica por mais quatro anos, indicando seu substituto, se trabalhar bem com chances reais.