É irresponsável Bolsonaro falar que desmatamento é cultural e inevitável
Kennedy Alencar
BRASÍLIA
Ao dizer que o desmatamento é cultural, o presidente Jair Bolsonaro mantém a linha de incentivo à devastação mesmo após o resultado desastroso divulgado anteontem pelo próprio governo federal. O Prodes mostrou crescimento de 29,5% no período de agosto de 2018 a julho de 2019 na comparação com o ano anterior.
Segundo o presidente, não será possível acabar com o desmatamento nem com as queimadas.
A fala do presidente é carregada de irresponsabilidade, porque trata como natural um desastre ambiental em andamento. Evidencia que a Amazônia corre risco de virar savana devido aos efeitos da política de destruição ambiental do governo Bolsonaro. A cultura muda. Se algo ruim é cultural, é importante combatê-lo. A atual administração vem destruindo uma cultura de preservação construída nas últimas três décadas.
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, prometeu genericamente reduzir o ritmo de desmatamento. Bolsonaro e Salles não têm nenhuma credibilidade na área ambiental. O cartão de visita deles é a serra elétrica.
O Ministério Público Federal possui uma área dedicada à proteção do Meio Ambiente. Está na hora de o procurador-geral da República, Augusto Aras, e outros procuradores reagirem contra um crime que está sendo cometido contra a atual e as futuras gerações.
O Congresso e a sociedade civil também precisam se manifestar com mais intensidade a respeito da política de destruição ambiental do governo Bolsonaro.
Ouça esse comentário a partir dos 2 minutos e 12 segundos no áudio abaixo:
Kennedy, nenhum governante anterior fez mais para a Amazônia de fato, os governadores a volta, só querem verbas a favor, e nada fazem a muito tempo. O presidente esta sendo transparente sobre a região, não adianta discursos, a verdade esta na mesa. Colocar o exercito na região, mantendo um controle maior sobre excessos vai melhorar as condições; resolver em definitivo, sem perspectivas aos 10 milhões ali, sem as condições de investimentos, vai demorar pelo menos uns dois governos, com apoio de todos.