Espionagem contra França e México reforça queixa do Brasil
O Palácio do Planalto viu com alegria a notícia de que a NSA, a Agência de Segurança Nacional dos EUA, espionou maciçamente autoridades francesas e mexicanas.
Na avaliação do governo, é ruim a resposta americana de que todos países espionam as demais nações. Mais: contribui para um clima global de cobrança aos Estados Unidos que favorece o discurso feito na ONU (Organização das Nações Unidas) no mês passado pela presidente Dilma Rousseff. Ou seja, pode ser criado um ambiente político para acuar os Estados Unidos a realmente modificar seu “processo de coleta de informações”.
De lá para cá, Dilma vem insistindo numa nova governança global para a internet. Há uma torcida para que Edward Snowden faça novos estragos na relação dos EUA com outros países. Isso daria gás a esse debate.
No caso francês, o Brasil acredita que as cobranças de Paris terão peso. Em relação ao México, havia certa decepção com a forma como o país amenizou a espionagem contra suas autoridades. Mas, agora, ficou claro que foi um caso mais sério.
Resumindo: Dilma foi a primeira a contestar diretamente o que é inaceitável pelas normas internacionais. Isso dá crédito a ela perante outros países. Em nome do combate ao terror, os EUA avançaram o sinal sobre a privacidade dos cidadãos e a soberania de nações democráticas que não abrigam terroristas.