Irresponsabilidade criminosa de Bolsonaro contrasta até com ações de Trump
Kennedy Alencar
Chicago, Illinois
O presidente Jair Bolsonaro agiu neste domingo com uma irreponsabilidade em relação à crise do coronavírus que contrasta até com o comportamento pouco elogiável do colega Donald Trump na condução do combate à pandemia nos EUA.
Ao comparecer à manifestação de ontem em Brasília, Bolsonaro cometeu um crime contra a saúde pública e outro contra a democracia. Como há suspeita de que possa ter sido infectado pelo coronavírus, ele não deveria ter tido contato direto com outras pessoas, sob pena de transmitir o covid-19.
“Se me contaminei, a responsabilidade é minha”, disse Bolsonaro nesta segunda. Isso mostra irresponsabilidade imensa em relação ao cargo que ocupa, porque um presidente doente tem menos condição de exercer o cargo. Ele também mostrou falta de preocupação com a saúde das outras pessoas.
Além do crime contra a saúde pública, existe outro contra a harmonia entre os poderes. Ele foi fotografado ao lado de faixas que pediam o fechamento do Congresso e do STF (Supremo Tribunal Federal). Foi um claro ataque à democracia.
Esse comportamento não é o de um presidente da República. Mas, reconheçamos, ele nunca se comportou como presidente. Logo, não é surpreendente.
Um presidente tem de liderar por exemplo. Mas Bolsonaro é um mau exemplo. É um antipresidente, com um comportamento que gera instabilidade. Pega mal no exterior, porque virou uma figura caricata a representar um país importante como o Brasil. Trump parece um poço de racionalidade na comparação com Bolsonaro.
É ruim para o Brasil ter um mandatário tão despreparado neste momento, porque os impactos da doença estão chegando ao país e deverão agravar a situação. O governo deveria estar empenhado em aparelhar melhor o SUS (Sistema Único de Saúde) e providenciar medidas econômicas para suavizar o impacto recessivo que se anuncia.
Nos EUA, há preocupação em não deixar a economia entrar em recessão. No Brasil, temos um presidente interessado em fazer política de baixo nível, agredir o Congresso e expor pessoas a risco. Uma pessoa que se comporta assim é desqualificada para exercer a Presidência da República.
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Corrida presidencial
A crise do coronavírus dominou o debate de ontem entre os candidatos democratas Joe Biden e Bernie Sanders. Nos EUA, já ocorreram quase 4 mil casos de covid-19 e quase 700 mortes.
Melhor debatedor, Bernie Sanders teve desempenho superior ao de Biden, mas não o suficiente para criar um fato político que reverta o favoritismo do ex-vice-presidente na corrida para ser indicado candidato à Casa Branca pelo Partido Democrata.
Biden argumentou que o coronavírus é uma emergência nacional e, caso existisse um sistema de saúde universal nos EUA, ele talvez não desse conta da crise, a exemplo do que acontece na Itália.
Sanders rebateu. Disse que a falta de atendimento universal prejudica os mais pobres, que não conseguem pagar seguros privados de saúde.
Em resumo, o debate influenciará pouco a disputa entre Biden e Sanders, que conseguiu discutir e marcar posições sobre a universalização da saúde no confronto na noite de domingo na CNN.
Amanhã, haverá primárias em quatro Estados: Illinois (elege 155 delegados para a convenção nacional de julho), Ohio (136 delegados), Arizona (67 delegados) e Flórida (219 delegados).
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Fechando o país
Os Estados de Nova York, Nova Jersey e Connecticut decidiram tomar medidas conjuntas para restringir a circulação de pessoas e tentar diminuir o ritmo da curva de crescimento dos contágios.
As medidas de distanciamento social e de fechamentos de bares, restaurantes, academias de ginástica, teatros e cinemas estão sendo adotadas por governadores de Estado que resolveram agir diante da omissão do governo federal.
Ouça o comentário feito hoje no “CBN Brasil”:
Um senhor esverdeado, chamado Dollar, agradece.
Kennedy, o que realmente importa são as medidas tomadas a favor da Nação, temos deficiências claras na Saúde por falta de recursos, caminhamos para o controle da pandemia, acredito quer o Brasil esta fazendo a lição de casa, na política tentar dar vigor aos atos que neste momento ficam em segundo plano. Nos EUA a corrida presidencial fica em segundo plano por consequência, vale as atitudes para debelar a crise na Saúde. A medida de Trump foi criticada, ao proibir voos, agora todos estão inclusive fechando fronteiras, a que ponto chegamos, precisamos encontrar um caminho o mais breve possível, pessoas morrerão por depressão e tristeza, quiça, atendimento medico.
Não tente ensinar um papagaio a falar. No máximo ele vai imitar umas gracinhas mas nunca sera alfabetizado, tampouco vai ter um diálogo contigo.
Não dá pra esperar nada melhor que isso, percam as esperanças, não vai acontecer.]
O duro de tudo isso é que tivemos tempo de evitar e uma pena mesmo, que durante as eleições muitos jornalista e influencers que hoje criticam, não o fizeram a tempo.
Agora temos essas catástrofe no poder. É uma vergonha pros brasileiros, não há similar no mundo, creio que nem no mundo animal.