López Obrador mostra sede de inclusão social na América Latina
KENNEDY ALENCAR
SÃO PAULO
A eleição de Andrés Manuel López Obrador para presidir o México equivale politicamente à chegada de Lula ao poder no Brasil em 2002. É a primeira vez que a esquerda governará o maior país de língua espanhola do mundo.
O resultado mostra que a agenda da inclusão social ainda é o maior desafio da América Latina e que administrações focadas apenas numa estabilização da macroeconomia sem olhar para os mais pobres podem ter sucesso eleitoral efêmero no século 21.
Os governos Temer e Macri (Argentina) são exemplos de propostas de condução ortodoxa da economia que, ao deixar a questão social em segundo plano, acabaram por gerar crises políticas e perder apoio popular.
Ex-prefeito da Cidade do México, López Obrador foi eleito depois de naufragar em 2006 e 2012 _outra semelhança com Lula, que chegou ao poder após três derrotas consecutivas.
O desafio da esquerda latino-americana é combinar a gestão responsável da economia, sobretudo no aspecto fiscal, com políticas públicas que diminuam a desigualdade e ajudem os países a crescer a taxas mais significativas para o resgaste de dívidas sociais centenárias. Isso vale para o México e vale também para o Brasil _as duas maiores economias da América Latina.
Um bom começo seria enfrentar a desigualdade social dando a ela o mesmo status do combate à corrupção. Na campanha mexicana, López Obrador fez tal promessa. No Brasil, os atuais candidatos poderiam tentar trilhar o mesmo caminho. Aqui, os presidenciáveis ainda poderiam tentar diminuir o poder das corporações que sequestraram nacos gordos do orçamento público.
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STF, armas e machismo
Além da eleição mexicana, houve comentários no “Jornal da CBN – 2ª Edição” a respeito da autoritária e canhestra proposta de elevar de 11 para 21 o número de integrantes do STF, ideia de Jair Bolsonaro (PSL). É negativa proposta de Geraldo Alckmin (PSDB) para criar regra mais liberal para porte de arma rural. Foi analisada a investigação russa a respeito de assediares brasileiros na Copa. Também falamos, Roberto Nonato, Victor Birner e eu, da vitória do Brasil sobre o México.
Ouça os comentários no áudio abaixo:
Olha Kennedy, a situação do Mexico, é muito séria, Obrador venceu, sua semelhança com o Lula, acaba quando comparamos o curriculum, com relação a formação escolar; trata se de um populista, com muita idade, e sem a maioria para governar; a violência no País, é imensa; mata se políticos, como são mortos policiais por aqui…teremos que aguardar, será possivelmente mais maleável com o Trump, com relação ao anterior… o Brasil, tem grandes chances, em estreitar o comercio com eles; desde que não avancem em demasia com os EUA…querem ser sempre intermediários, dos mesmos…teremos que aguardar, a principio, terá que ser pragmatico e rápido, para conquistar equilibrio necessário inicialmente….teremos que aguardar, quais serão seus passos…o que posso afirmar, sobre o supremo, pelo que dá para ver; não há qualquer processo de isenção com 11 ministros, será que aumentando a quantidade, não aumentaremos apenas os custos…eleições isentas, é o que todos queremos…
[…] Publicado originalmente no blog do autor […]
[…] a íntegra do […]
O povo mexicano espera um “obrar” em sentido oposto,obviamente,rsrsrsrs.
Caro Alberto, aqui temos muitos “obradores” em todos os níveis da administração, justiça e principalmente no legislativo… é uma riqueza, um tesouro !!
Concordo em gênero,nº e grau cara sra/srta Ramos Tinhorão.
Concordo com o investimento em programas sociais, mas não podemos esquecer que o PT, partido de esquerda no Brasil, se utilizou da corrupção e de programas sociais (bolsa família) para se manter no poder. Acho que o Brasil precisa de programas sociais mais verdadeiros, que promovam o desenvolvimento social real, e que não sejam utilizados como voto de cabresto. Lembro que quando o PT comemorou os 10 anos de Bolsa Família haviam pessoas que estavam no programa há 10 anos sem qualquer chance de inclusão social.
Espero que o México tenha mais sucesso que o Brasil nesta questão, e que a Esquerda Mexicana seja mais honesta com sua população.
Claro que lembra o Lula, e sem dúvida nenhuma implantará um sistema de corrupção igual.