Ministro do STF diz que Moro batia córner e cabeceava
Kennedy Alencar
BRASÍLIA
Um ministro do STF avalia que, quando era juiz federal, Sergio Moro “estava batendo córner e cabeceando”. Segundo ele, são graves as revelações do “Intercept Brasil” que mostram Moro orientando o procurador da República Deltan Dallagnol e tomando parte do Ministério Público em investigações da Lava Jato.
Na opinião desse integrante do STF, Moro deveria pedir afastamento do cargo de ministro da Justiça. “Imagine ele [Moro] cuidando do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras)!”, disse o ministro do STF. O Coaf é um órgão do Ministério da Economia que Moro tentou transferir para a pasta da Justiça.
No Supremo, há outros ministros que também consideram que as conversas entre Moro e Dallagnol mostram parcialidade do então juiz federal, especialmente em relação ao ex-presidente Lula.
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Vale ou não vale?
Circulou no STF texto do ministro Alexandre de Moraes que sustenta que funcionário público não pode invocar ilegalidade de prova se estiver fazendo algo errado no exercício de sua função.
Ou seja, se houver debate sobre validade das provas, há possibilidade de que sejam consideradas válidas. Procuradores falam em ação de hacker e ilegalidade de eventuais provas. O “Intercept Brasil” disse que recebeu as informações de uma fonte anônima.
É óbvio que há interesse público no conteúdo de mensagens trocadas pelos principais atores de uma operação que influenciou os rumos da História do Brasil.
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Furos relevantes
Os furos do “Intercept Brasil” são relevantes. Trazem informações graves sobre o modus operandi de integrantes da Lava Jato.
Nesse contexto, STF, PGR (Procuradoria Geral da República), CNJ (Conselho Nacional de Justiça), CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) e tribunais superiores devem investigar e punir eventuais ilegalidades e erros de conduta.
O Judiciário e o Ministério Público não podem combater o crime desrespeitando a lei. Aliás, a lei é para todos, inclusive para autoridades públicas.
Apesar de Dallagnol falar em ataque à Lava Jato, a operação não está em xeque, mas, sim, condutas individuais de integrantes da investigação. É preciso separar as coisas.
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Abusos
Em 2016, o ministro do STF Teori Zavascki repreendeu Moro, dizendo que ele agiu ilegalmente ao divulgar grampo de conversa entre a então presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula. As reportagens do “Intercept Brasil” confirmam abusos que já vinham acontecendo na Lava Jato.
Dallagnol e Moro negam ação ilegal e minimizam o teor das revelações. No entanto, não contestaram o conteúdo das conversas.
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Efeito colateral
Após a divulgação das conversas entre Moro e Dallagnol, ganhou mais força o argumento de que Lula sofreu uma ação persecutória e ilegal no processo do apartamento do Guarujá.
Mas esse episódio é maior do que a situação individual do ex-presidente. Diz respeito à garantia constitucional de um julgamento justo e imparcial que deve ser direito de todos os cidadãos.
Ouça o comentário feito hoje no “Jornal da CBN – 2ª Edição”:
Grande novidade. Eu disse isso desde o início da Operação lava-Jato. O Sérgio Moro exercia cinco funções ao mesmo tempo . Ele era o policial, o investigador, o advogado de acusação , o juiz e o agente penitenciário, tudo ao mesmo tempo. Só no Brasil para ver isto acontecer. Ele infringiu as nossas leis, quando gravou uma conversa do Presidente da República, sem autorização do Supremo. Ele cometeu outro delito mais grave, que foi a divulgação desta gravação à imprensa. Naquele momento, o Sr. Moro achou tudo muito natural, mas agora que fizeram o mesmo com ele, ele acha um absurdo, uma violação dos direitos constitucionais. Então pimenta nos olhos dos outros é colírio ???
A lava-jato é uma operação clandestina dos EUA, e Moro e Dallagnol são apenas fantoches.
Destruíram a indústria petroleira, naval e de engenharia civil pesada do país, e foram responsáveis pela perda direta de mais de um milhão de empregos e de mais de 1% do PIB.
E se não bastasse isso, ainda tentaram usar 2,5 bilhões de dólares dados pelos EUA para criar uma fundação privada para aprofundar os interesses dos EUA no Brasil.
“Mas esse episódio é maior do que a situação individual do ex-presidente. Diz respeito à garantia constitucional de um julgamento justo e imparcial que deve ser direito de todos os cidadãos.” A frase é mais do que perfeita! Alguns idiotas de plantão (e a internet os tem aos montes) vão tentar defender esta ilegalidade só porque ela atingiu o Presidente lula mas se esquecem de que poderão ser os próximos!!
Como dizem os bons jornalistas. Até nas respostas em defesa da postura dos envolvidos. Tem-se evidências para investigar. Ao dizer Moro que não houve vazamento das informações de seu celular. Afirma ele que o que foi publicado de seu correio eletrônico/outras fontes é real. Não cabendo aí análise de ser ou não ilegal. Dallagnol em sua defesa disse: Várias coisas que pedimos foram negadas pelo MP. Oras gênios: Na estatística, aumentada a amostragem frente o universo pesquisado, há de se ter um grupo maior de fatos apurados. O que ele aplicou ao Lula, foi o teste falso negativo em larga escala. Teste uma denuncia-denunciado, não encontrou evidência contra o perseguido. Esquece. Busque outro. Testa encontrou qualquer coisa que possa ajudar. O coloque na lista de testemunha. Assim montaram o processo. Super-tendecioso, super-partidário, e agora hiper-evidenciado como crime a ser investigado.
A situação da conversa entre o Moro e Dallagnol tem um conteúdo importante, mas infelizmente não servem como prova. A obtenção da conversa foi ilegal e atingiu a soberania do País.
Resta saber quem pagou ao hacker, já que se trata de um serviço criminoso que ninguém faria de graça.
A conversa entre os procuradores não tem conteúdo importante. Nada impede que procuradores que estão na acusação tenham opiniões pessoais sobe o réu.
Acredito que este hacker, se de fato é anônimo e independente, deve ter material suficiente para reabrir a Caixa de Pandora.
Excelente comentário, como sempre. O tal senhor moro tem demonstrado cada vez mais que é um coveiro da democracia. É preciso ir para cima dele!
Moro e Dellagnol vão entrar pra historia do Brasil como responsáveis por corromper a maior operação de combate à corrupção do país! Seria irônico se não fosse trágico. A sensação que se cria (ou se reforça!) é que todo o caus político e todo o impacto econômico criado durante a Lava Jato foi em vão. Nunca antes na historia desse país se viu tanta canalhice e podridão. Não há azul ou vermelho, verde ou amarelo; a unica cor que cobre nosso país é o cinza!
Esses caras , moro e Dallagnol, jogaram o estado de direito do Brasil na latrina. São dois hipócritas, quando dizem que é criminoso a interceptação de conversas de autoridades e agentes públicos. Se isto é criminoso, o que dizer da interceptação e divulgação de conversas da mais alta autoridade de um país republicano, seu presidente, por exatamente aqueles que devem zelar pela constituição e pelo direito?
Quero agradecer a você, ‘ Jornalista’ Kennedy, pela sua bela atuação com absoluta imparcialidade e profissionalismo. sou um grande admirador do seu trabalho, Parabéns .!
Caro Kennedy, publique nossos comentários, não há motivos para não ocorrer; seu mediador dificulta,com atrasos, que extrapolam uma semana; quando não descarta, sendo importante a pluralidade de ideias; não importa somos centro o socialistas; desde então, vc permite tal fato, mostrando se democrático; mantenho registro de tudo, já que aparece como comentário a ser avaliado, sem qualquer macula; já que se mantém, por dias sem confirmação; por favor>>>
prezados: do jeito que as cosias estão acontecendo e da forma que estão sendo resolvidas estamos no rumo da “democracia” da Turquia.
Parabéns pelo trabalho que realiza. Orgulho de ainda termos exelentes jornalistas como você. Abraço
[…] De Kennedy Alencar, em seu blog: […]
porque tenho a sensação que todo mundo confunde a operação lava jato com o executivo sergio moro?
se ele sofresse um infarto e morresse, a operação acabaria?
todo aquela operação investigativa depende de apenas uma pessoa?
não entendo…