Pará é vilão do aumento do desmate ilegal na Amazônia
Alarmado com os dados que mostram aumento do desmatamento na Amazônia após quatro anos de queda, o governo federal identificou o Estado do Pará como o principal vilão: a devastação cresceu no entorno da BR-163 e em Altamira, cidade nas proximidades da construção da usina de Belo Monte.
No trecho paraense da BR-163 em que o asfalto está ficando pronto, o preço das terras simplesmente explodiu. É o mesmo fenômeno que acontece em Altamira. A expectativa de ganhos econômicos com o término das obras incentivou a especulação e o uso da serra elétrica.
Faltam ao governo federal mecanismos para barrar esse tipo de desmatamento que acompanha as obras de infraestrutura. A principal queixa é escassez de meios para o Ibama cumprir seu papel fiscalizador, bem como as polícias Federal e Rodoviária Federal.
O governo estima que o desmatamento no Pará deva crescer até 30% em 2013 na comparação com 2012, o que explicaria o mau resultado geral deste ano na Amazônia.
O Ministério da Ciência e Tecnologia já recebeu os dados sobre a devastação entre agosto de 2012 e julho de 2013, o Prodes. Mas não divulgou os números finais a fim de evitar dar a má notícia em plena realização da Conferência do Clima em Varsóvia.
O governo estuda aumentar a lista de municípios na Amazônia que precisam ter monitoramento prioritário contra a derrubada ilegal.