Povo entendeu erro de Bolsonaro no meio ambiente, diz Datafolha
Kennedy Alencar
BRASÍLIA
Parece que o presidente da República não acredita em Papai Noel. Ele tem razão, mas deveria crer no Datafolha, instituto de pesquisa respeitado que aferiu nova queda na sua popularidade.
A maioria da população entendeu que a questão da Amazônia é extremamente sensível. Três entre cada quatro brasileiros dizem ser legítimo o interesse internacional na Amazônia. Brasileiros e estrangeiros se preocupam com o futuro do planeta.
Segundo o Datafolha, 71% acreditam que o desmatamento está aumentando. A percepção é correta e corroborada pelos dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisa Espacial).
Não há ameaça à soberania sobre o território da Amazônia brasileira. Isso é discurso do governo para justificar a falha na proteção à floresta.
Para 40% dos entrevistados, a Amazônia deve ser administrada apenas de acordo com o interesse do país. Outros 35% entendem que vale a pena levar em conta a opinião de entidades internacionais e de outros países.
Houve desaprovação de 51% ao desempenho de Bolsonaro no tocante às queimadas e ao desmatamento. É uma avaliação que reflete a destruição da política ambiental em curso no atual governo.
Se pegarmos as pesquisas do Datafolha de abril a agosto, a fotografia é bastante negativa para Bolsonaro.
O índice ruim/péssimo subiu de 30% para 38% _um salto de oito pontos percentuais. A taxa regular caiu de 33% para 30%, fora da margem de erro. Em abril, 32% consideravam o governo ótimo ou bom. Esse número caiu para 29% em agosto _o que continua a dar a Bolsonaro o título de presidente mais mal avaliado na série histórica do instituto no período de oito meses de administração.
Além da desastrosa crise global ambiental criada por Bolsonaro, a queda de popularidade se deve a outros conflitos gerados pelo próprio presidente, como se referir de forma preconceituosa aos nordestinos e fazer afirmações falsas sobre a ditadura militar iniciada em 1964.
É pertinente o alerta dado por Mauro Paulino e Alessandro Janone, diretores do Datafolha: é um problema para Bolsonaro que parcela cada vez maior da população perceba que ele não se comporta de forma adequada ao cargo de presidente da República.
Em vez de ironizar o Datafolha, perguntando a um repórter se ele acreditava no Papai Noel, o presidente deveria levar a pesquisa a sério para tomar decisões estratégicas em seu governo.
Ouça esse comentário a partir dos 3 minutos no áudio abaixo:
Kennedy, o bolsonaro não é conservador neste quesito, pretende aberturas econômicas aos 20 Milhões de pessoas na miséria absoluta na Amazônia; claro a turma do contra é imensa, principalmente quando mexe com interesses externos’, toda esta confusão, serviu para o Planalto se posicionar ao diário que vem acontecendo ali…agora o governo esta tomando conta do que é sua obrigação..