Reforma da Previdência é decisiva para Serraglio assumir Justiça
KENNEDY ALENCAR
BRASÍLIA
As resistências da bancada do PMDB da Câmara à reforma da Previdência foram decisivas para o presidente Michel Temer escolher o deputado federal Osmar Serraglio (PR) para ministro da Justiça. A nomeação deverá ser feita hoje.
Serraglio foi a terceira opção de Temer. O presidente queria o advogado Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, mas as opiniões dele a respeito da Lava Jato dinamitaram pela segunda vez a tentativa de guindá-lo ao Ministério da Justiça.
Temer, então, seguiu sugestão do senador Aécio Neves (PSDB) para indicar o ex-ministro do STF Carlos Velloso para a função. Convidou. Velloso pensou e recusou.
Sem alternativas fortes no meio jurídico, cresceu o peso do fator político. Desde a última sexta-feira, Temer sinalizava que talvez tivesse de aceitar Serraglio. Nesta semana, explodiram na Câmara e até no PMDB resistências à proposta de reforma da Previdência. Temer cedeu à bancada e optou por um deputado, caminho que ele rejeitava duas semanas antes. Avalia que, assim, acalma a bancada do PMDB.
Em relação ao Ministério das Relações Exteriores, o presidente gostaria de indicar um diplomata, como Marcos Galvão, secretário-geral da pasta. Há outros nomes da carreira diplomática que podem ser aventados.
Como o Itamaraty estava sob o comando de um tucano, levará em conta se precisará manter essa pasta na cota do PSDB. Para a política externa, seria melhor escolher um diplomata. Mas o fator político pesa muito na administração Temer.
Ouça o comentário na CBN feito às 14h59:
Assista aos temas do “SBT Brasil”:
Caro Kennedy, o ministro Carlos Veloso, tem amor a sua história; neste momento que assume funções, neste governo provisório, sabe que suas fichas estão todas no azarão..o Temer escolher os mais “bonzinho”; nada contra o Sr. Osmar Serraglio…já havia previsto sua nomeação lá atrás…será mais um ministro que tudo consulta, precisa ter autonomia…
Com relação a reforma da previdência, precisa ser séria, não basta aprovar, precisam acabar com os vícios, que não são apenas, com quantos anos, as pessoas devem se aposentar; não fará diferença, se apenas resolver, os problemas do governo, precisa valer a pena, aos futuros aposentados no futuro…
Como fazer uma verdadeira reforma na Previdência, ou uma reforma política, ou a reforma tributária, com esse Congresso? Será que a classe política perdeu totalmente a visão real da situação? Não há como dissociar os políticos e governantes (responsáveis por tão importantes reformas) de seus envolvimentos nos crimes de corrupção apontados pela PF, MPF, RF, JUDICIÁRIO ETC. Fazer tais reformas debaixo do clima atual é total falta de responsabilidade.
Deveria é ser extinto imediatamente o foro privilegiado e quem tiver dívidas com a justiça, que as paguem, que as enfrentem, e deixem as tais reformas para os eleitos em 2018! Todos sabem que haverá uma “limpeza” nos quadros políticos, nas urnas, em 2018, e são os eleitos em 2018 que terão o apoio da nação, para as reformas necessárias.
Será que não sobrou nenhum resquício de “vergonha na cara” nos políticos atuais, o suficiente para serem “homens” pelo menos uma vez na vida, e se redimirem de seus erros, aceitando a submissão às leis?