STF vai deixando Cunha sem saída política e pessoal
KENNEDY ALENCAR
BRASÍLIA
A decisão desta quarta do STF (Supremo Tribunal Federal) é uma enorme derrota para o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (RJ). O peemedebista vai ficando sem saída política e pessoal.
Ao transformar Cunha em réu numa segunda ação, dessa vez por ocultar uma conta no exterior, o tribunal reforça a possibilidade de cassação. A recomendação de perda de mandato feita pelo Conselho de Ética da Câmara se deveu à negativa dele de possuir conta fora do Brasil.
Já era esperada mais uma decisão do STF contrária a Cunha, mas ele tinha a esperança de manter a mulher e a filha no mesmo processo, sob a proteção do foro privilegiado.
O Supremo, entretanto, entendeu que o caso delas deve ser apreciado pela primeira instância. Ou seja, deverão ser julgadas pelo juiz Sérgio Moro. Era tudo o que Cunha não queria, porque ele teme uma rápida condenação da mulher e da filha. A defesa de Cunha apresentará recurso para tentar transferir a investigação para a Justiça Federal do Rio de Janeiro.
Nesse contexto, apesar de o peemedebista ter negado ontem as possibilidades de delação premiada e de renunciar à presidência da Câmara, essas opções não podem ser descartadas, porque a situação política e jurídica dele piorou. E isso tem impacto pessoal.
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Briga desvantajosa
Há um incômodo dos senadores com o poder do Ministério Público na Lava Jato. O presidente do Senado, Renan Calheiros, foi o primeiro a deixar isso evidente, ameaçando votar o impeachment do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Essa ameaça perdeu força, porque os senadores seriam acusados retaliar o principal investigador da Lava Jato. Agora, há debate sobre a ideia de Renan de impedir delação premiada de quem está preso.
O procurador da República Deltan Dallagnol, que é um dos coordenadores da Lava Jato, reagiu com dureza a essa possibilidade. É uma briga desfavorável para o Senado, porque a opinião pública está ao lado dos investigadores da Lava Jato.
Assista aos temas de hoje no “SBT Brasil”:
Mexeu com a Lava Jato, mexeu comigo também.
Não tentem impedir que as investigações continuem.
Estamos de olho e não vamos aceitar interferências para tentar barrar as investigações.
Seja por parte do STF querendo mudar as prisões de condenados em segunda instância.
Seja do Congresso querendo mudar a lei de delação premiada ou qualquer outra lei que abrande as penas.
Eu apoio o Juiz Sérgio Moro, o Ministério Público, A Polícia Federal, as investigações da Operação Lava Jato, Acrônimo, Zelotes, e as dez medidas contra a corrupção.
A Zika aqui para nós; este Cunha é muito cara de Pau, quer convencer todo o Mundo, que o dinheiro que tem lá fora, não é dele…que é usufrutuário destes recursos, que a Mulher, não responde por isso, só gasta…que ele ganhou o dinheiro de forma licita,só não declara, por ser outros créditos, enfim, já passou dá hora de colocarem este meliante na cadeia; espero sinceramente, que sejam feitas reformas, inibindo que um parlamentar ou presidente da republica, quando acusado, consigam se agarrar ao cargo como este individuo…nosso SUPREMO deixa a desejar; finalmente, resolveram por ORDEM…
Estamos todos aguardando a celeridade da justiça do Paraná com relação aos familiares de Cunha que não possuem prerrogativa der foro. Se Moro partir pra cima de sua esposa e filha não vai haver outra saida para Cunha senão uma delação premiada e aí neste caso corretíssima e dentro do que rege a nossa constituição. Esse processo todo da Lava Jato está sendo muito bom para nosso país. Está desnudando de maneira irretocável qual é o nível de nossas autoridades. Não sobra um! Do STF ao Ministério Público, do Senado à Câmara, da Presidência aos Ministros. Nosso nível de autoridades é um dos piores do mundo! Temos que ter ciência que finalizada a Lava Jato e juntando os cacos que sobraram há de se fazer o rescaldo. Delimitar os poderes do Ministério Púbico, transformar em Lei a instituição das delações premiadas criando regras para que não sejam usadas como coação, estudar uma melhor forma de punição para os detentores de foro privilegiado, reforma política e etc, etc, etc…
Se depois dessa decisão do STF algum deputado ainda intervir ou votar a favor de Cunha, não haverá dúvida de que é por ter culpa também.
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O STF foi unânime, duas vezes (e vem mais por aí), na câmara deveria haver unanimidade também a favor da cassação do mandato de Eduardo Cunha. A Suprema Corte disse que as contas são sim de Cunha, portanto ele mentiu.
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Mas não é só pela mentira, é que “o objetivo da mentira foi esconder seus crimes”, por isso entendo que a pena máxima na câmara, ou seja a cassação, é justa. Permitindo à justiça concluir com mais tranquilidade o processo criminal.