Temer atende cobrança por manifestação, mas escorrega
KENNEDY ALENCAR
BRASÍLIA
Como havia pressão pública por uma fala de Michel Temer, aliados do governo avaliaram como positivo o discurso do presidente da República, mas houve repercussão negativa do escorregão verbal de chamar de acidente o massacre em Manaus. Afinal, a própria Polícia Federal já tinha desde 2015 a informação de que uma organização criminosa planejava matar integrantes de um grupo rival.
Para a oposição, o governo quis se eximir de sua parcela de culpa por uma tragédia anunciada e deixar na conta do Estado do Amazonas e da empresa que administra o presídio a responsabilidade pelo que aconteceu.
O anúncio de construção de novos presídios e de mais verbas de segurança pública para Estados ajuda, mas não resolve a crise do sistema prisional.
Há um deficit de vagas enorme no sistema prisional. Construir novos presídios é como enxugar gelo. Para especialistas, seriam necessárias diversas ações. Um exemplo: diminuir o número de presos, trocando a prisão por penas alternativas para criminosos de baixa periculosidade.
Ou seja, a solução passaria por um conjunto de medidas de um novo Plano Nacional de Segurança e pela cooperação entre diversos órgãos federais e estaduais.
Assista ao tema do “SBT Brasil”.
esse governo veio para quê? Além de uma série de denúncias de corrupção oriundas das delações da odebrecht que atingem os principais membros do governo, incluindo o presidente, o comentário do presidente e o ministro da justiça sobre a chacina no presídio em Manaus é um verdadeiro deboche. Coisa de crápula!
Por anos quadrilhas roubaram os cofres públicos, sob o engano de que o país crescia, a população comia carne e andava de avião.
O caos no sistema penitenciário é mais um. Só que nas rebeliões morrem muitos de uma só vez, e a repercussão é maior – nas filas do SUS morrem um a um, e é menor. A verdade é: brasileiros estão sendo “assassinados” nas cadeias, nas ruas, nos hospitais, sem dó nem piedade.
E nada é anormal: nem o impeachment de uma Presidente da República; nem o ex- Presidente da República que a antecedeu ser réu várias vezes; nem a cassação e prisão do Presidente da Câmara Federal; nem o Presidente do Congresso Nacional ser réu; nem ministro do STF pedir vistas de processo com votação definida para proteger político corrupto, réu; nem a nação, diante desse caos moral, político e econômico, ter ainda que assistir à luta de corruptos de todas as quadrilhas por cargos e eleições!
E tudo isso sob as asas das instituições que os governos insistem na mentira de que funcionam bem.