Temer e Fachin estão em guerra; Trump corre risco de isolamento
KENNEDY ALENCAR
BRASÍLIA
É alto o grau de preocupação do governo com uma eventual prisão do ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR).
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou um novo pedido de prisão de Rocha Loures ao ministro do STF Edson Fachin, que homologou a delação dos donos e executivos da JBS. A primeira solicitação foi rejeitada porque Rocha Loures estava no cargo de deputado federal, função que perdeu com a volta do ex-ministro da Justiça Osmar Serraglio à Câmara.
Se Fachin mandar prender Rocha Loures, aumenta a chance de eventual delação premiada do ex-assessor do presidente Michel Temer. Os bastidores dão conta de que Rocha Loures está dividido em relação a tentar firmar um acordo de delação premiada. Há pressões de familiares num sentido e noutro. A prisão poderia ser decisiva para convencê-lo a aderir à colaboração com a Justiça.
Ele foi um auxiliar próximo do presidente da República. Teve contatos com o empresário Joesley Batista e com o operador financeiro do grupo JBS, Ricardo Saud. Foi filmado pela PF (Polícia Federal) carregando uma mala com R$ 500 mil.
Um acordo de delação não é um ato rápido. Demanda semanas ou meses para ser concluído. No entanto, a eventual prisão e a possibilidade de colaboração criariam um fato político negativo para o presidente, que está prestes a travar uma batalha no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) na semana que vem e que já luta abertamente no STF (Supremo Tribunal Federal).
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Fogo cruzado
Um ofício de um grupo de deputados ao ministro Fachin é uma declaração aberta de guerra dos advogados de Temer. Esse grupo, formado por parlamentares próximos do governo, encaminhou um ofício a Fachin pedindo explicações sobre eventual ajuda da JBS para que ele tivesse a indicação dele ao Supremo aprovada pelo Senado.
Esse movimento atende a uma estratégia da defesa do presidente que busca questionar a isenção de Fachin bem como a celeridade com a qual o ministro está tratando o inquérito que investiga Temer.
No discurso de anteontem na posse de Torquato Jardim como ministro da Justiça, o presidente fez críticas ao que chamou de falta de institucionalidade. O Palácio do Planalto considera que Fachin está tratando o inquérito presidencial com celeridade diferente de demais investigações. O ministro do STF criou um “fast track” para investigar Temer.
Esse ofício dos deputados se baseia nos bastidores de que Ricardo Saud, um conhecido lobista da JBS, gabava-se de ter poder no Senado e que dizia ter ajudado Fachin a chegar ao STF. Na época da indicação de Fachin, houve muita resistência da então oposição a Dilma.
Uma mão da JBS, a maior financiadora de campanhas políticas do Congresso, influiu a favor de Fachin nas bancadas do PMDB e de setores da oposição, seja obtendo apoio direto, seja suavizando críticas na sabatina ou na votação em plenário.
Nos bastidores, Fachin já admitiu a ajuda e disse que não conhecia fatos desabonadores a respeito de Saud e da JBS, apesar de todo o mundo político ter ciência do peso da empresa e do operador como financiadores de campanhas.
Esse ofício dos aliados do Planalto expõe claramente o confronto direto que existe hoje entre Temer e Fachin.
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Pode muito, mas não tudo
A personalidade dos governantes tem um peso imenso nos fatos históricos. Pessoas poderosas e autoritárias costumam achar que podem fazer tudo sem limites. Há exemplos no Brasil que não terminaram bem. Dilma Rousseff e Eduardo Cunha, ex-presidentes da República e da Câmara, por diferentes motivos, acharam que poderiam agir com autoritarismo sem pagar um preço político alto por isso. Perderam o poder.
Trump tem o cargo mais poderoso do mundo, mas não pode tudo. Ele decidiu deixar ontem o Acordo de Paris. A reação da França, Alemanha e Itália de negativa à renegociação do acordo climático mostra que há consistência política no contraponto planetário a Trump.
Dentro dos Estados Unidos, ele foi criticado. O Acordo de Paris foi bem suavizado por pressão americana após exaustiva negociação. Já era um acordo que atendia aos interesses americanos. A assinatura dele foi uma decisão de Estado e não um desejo de Barack Obama.
Trump está revertendo decisões de Estado tomadas por anos de diplomacia americana. Certamente, causa dano ao Acordo de Paris e joga incertezas sobre o futuro do planeta. Mas está indo longe demais. Tomou uma decisão que significa um retrocesso global, ameaçando a atual e as futuras gerações. Cometeu um erro histórico.
O presidente dos Estados Unidos pode muito, mas não pode tudo. Não ter consciência disso é o caminho para a perdição. O isolamento americano na política internacional não é algo que acontecerá da noite para o dia, devido ao peso geopolítico dos Estados Unidos, que são a maior máquina militar e econômica do planeta.
Mas Trump está estimulando movimentos que acabarão levando a Europa, China e Rússia a caminhos diferentes daqueles preferidos por Washington. Isso pode resultar num maior isolamento americano nas relações internacionais, pelo menos, durante a atual administração.
Ouça o comentário no “Jornal da CBN”:
Fachin já subiu em palanque e discursou a favor de Dilma, é fato público e documentado, não tem isenção. Se foi beneficiado na sabatina do Senado, então deveria arguir a própria suspeição e declinar desse julgamento… melhor ainda, deveria pedir demissão do cargo !
Um jornalista sério não precisa informar somente o que desejo saber e sim informar tudo possível para informar a todos. Esse no meu ponto de vista é Kennedy Alencar faz. O País precisa de Homens assim.
Att.:
Roberto Pollo
Kennedy, cada vez a população brasileira fica mais atônita, com mais desesperança. Este ambiente é propício para o aparecimento de coisas e atos estranhos e aventureiros. Não acredito que em um universo de 600 parlamentares não seja possível se fazer uma maioria de bom senso, o que estes personagens estão esperando??? Se só existe o caminho da legalidade, por que ele não é traçado?? E ai vemos o presidente se apoiando no que há de pior e mais atrasado na politica brasileira. Deu angustia ver aquela figura de novo no noticiário e sem medo de se mostrar. Neste quadro tanto eu como boa parte da população brasileira começa a querer um solução militar, para alijar e expurgar estas figuras de Brasília. Estamos vivendo um clima muito semelhante a 64.
Joaquim, boa tarde
Mais uma vez, concordo com você sobre 1964, exceto que agora está muito pior, hoje existem centenas de sindicatos espúrios e pelegos, a baderna e a anarquia estão em maior dimensão de ilegalidade !
Em 1964 os militares estavam motivados, tinham ideologia e participavam da vida política nacional, hoje estão mal pagos, desmotivados e apáticos… uma trajetória épica desperdiçada.
Que bom que estão desmotivados. Seria um péssimo momento de termos uma guerra civil, para combatê-los.
prezados: o presidente Temer devia reconhecer que não tem mais condição de continuar no cargo. O PSDB se quiser salvar a sua história e a legenda na próxima eleição precisa desembarcar urgente desse governo, aliás já passou da hora.
Cuidado Fachin! Mexendo em casa de marimbondo vc vai sair todo picado e, por favor, não viaje de avião. Quem avisa amigo é…..
Me causa estranheza como Fachin foi sorteado para ser relator da Operação Lava Jato e dessa forma dando aval para quase todas as ações dessa Operação. Já é suspeitíssimo a morte de Teori cuja morte lembra bem o modus operandi da CIA quando quer se livrar de autoridades que não se alinham aos interesses de Washigton (veja John Perkins).
Estamos vivendo um momento caro Kennedy, de autoritarismo do temer, semelhante a dilma, com consequências a perder de vista; vestiu a carapuça de um governo de suspeitos; se for bom jogador de xadrez…não há nada mais ridículo, que soltar medidas provisórias, para se beneficiar, chega a ser mais danoso, que o lula vendendo as mesmas…falta total lisura ao chefe da nação esta é a realidade; os facínoras por quantidade, estão apoiando qualquer decisão do planalto, para livrar a cara de todos; com isso, por incrível que possa parecer, o Temer vai aprovar a trabalhista e a previdência, seguindo esta toada com Renan, Jucá; poderá sair desta ileso, se os números econômicos o ajudarem; por isso seu prognostico de benefícios com relação a tempo; se conseguir caminhar para segundo semestre, ficará até o fim. Com relação ao TRUMP caro;um palhaço que brinca de governar,e seu objetivo, é extremamente conservador, vai ganhar apoio até, como foi o Bush, um pangaré trapalhão; cada País!!!
pezados: não adianta tentar defender. Este governo tem deputado pego correndo com mala cheia de dindin, Aécio, o maior trunfo do PSDB, desmoralizado. O presidente Temer, meu Deus, este nem se fala. quatro assessores diretos presos. vários ministros denunciados. REALMENTE NÃO DÁ PRA DEFENDER. ACABOU! A CORRUPÇÃO FICOU EXPOSTA!
Com certeza o grupo de deputados que assinaram o ofício ao ministro Fachin, estão enrolados na justiça.
Chega ser surreal um governo como o do Temer imerso em lama e toda sorte de denuncias, com seus ministros principais sendo investigados, tentando desqualificar o ministro Fachin. Claro que ele Temer, acho Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes e Dias Toffoli muito melhor que Fachin. Achou tudo certo, quando Celso de Melo permitiu que Moreira Franco assumisse o cargo de ministro. Quando Carmem Lúcia liberou a sua propaganda, achou o STF correto. Isto só demonstra o quanto tão baixo uma pessoa poder ser, toda a defesa do Temer é construída com baixeza, utilizando o que há de mais baixo e sujo. È uma completa falta de vergonha na cara do Brasil inteiro, este senhor de conduta espúria ainda está a frente do nosso governo.
É fato que a condução politica de Dilma não foi bem sucedida, mas considera-la autoritária e coloca-la ao lado de Eduardo cunha é demais. Dilma podia ate não ouvir conselhos de pessoas muito mais experientes na politica como Lula e alguns de seus ministros, e quando os ouvia não acata-los, preferindo fazer aquilo que acreditava certo ainda que acabasse dando errado. Dilma tambem não prestigiou movimentos sociais que a apoiaram nem pessoas que estavam ao seu redor como seu vice que disse certa vez em uma entrevista a folha “Dilma nunca confiou em mim” (o que hoje é plenamente compreensível). Ela tambem nunca foi a rainha da simpatia, se era firmeza de uma mulher que ocupava um alto cargo coisa que os homens que a rodeavam não estavam acostumados ou se era grosseria mesmo é uma questão a ser discutida a parte. O fato é que Dilma sempre respeitou as instituiçoes e não se utilizou da presidência para impor a sua verdade sobre os demais nem para silencia-los, como fez Temer